Campeã brasileira de Aeropress 2019 e a primeira mulher a ganhar a edição brasileira, Juliana Félix contou pra gente um pouco da trajetória que a levou ao pódio.

Senta que lá vem a história…

Em 2016 ela já comecou a perceber que existiam cafés mais caros nas cafeterias que frequentava e se questinou o porquê disso. Foi quando entendeu que o café especial tinha sim algo a mais… mais sabor, mais aroma e muita técnica envolvida.

Analista de banco de dados por formação ela começou a fazer cursos na área de barismo e de cara se apaixonou pelo método Aeropress e sua versatilidade. Passou a tomar café não mais como algo corriqueiro no trabalho mas sim ligada em todo universo que cerca os cafés de qualidade. Procurando sentir mais sabor pela vida e pelo seu café, a goiana que trabalhava em uma empresa pública, largou tudo para mochilar pelo brasil em busca de conhecimento sobre cafés especiais.

“Fui direto para São Paulo no começo de 2017 e andei em várias cafeterias renomadas. Depois fui para Curitiba onde cheguei a fazer um curso de café coado e então cheguei em Belo Horizonte onde o foco foi um curso de sensorial de cafés. E foi neste periodo que compareci à um campeonato de Aeropress e me apaixonei pelo evento e já coloquei na minha cabeça que eu queria participar também.”

Juliana Félix

Continuou frequentando outros eventos em São Paulo e outras cidades e no meio do ano de 2017 foi visitar fazendas de cafés em Alto Paraíso – Minas Gerais. Resolveu então se mudar para o interior de São Paulo onde tentou trabalhar em cafeterias mas sem sucesso. A maioria delas não estava preparada para trabalhar o café especial e por isso não conseguiu atuar da maneira especializada que gostaria. 

Em 2018 decidiu voltar ao interior de Goiás, para a casa dos pais até se reorganizar. De lá comprava café e continuava praticando no Aeropress e trabalhando com fotografia. Até hoje mantém a casa onde nasceu como base enquanto viaja pelo país para participar de eventos com foco em café especial. E neste ano  de 2019, quando abriram as inscrições para o concurso nacional, não exitou em participar. Mesmo em situação financeira delicada, ela conseguiu se inscrever com ajuda da mãe.

Desde então, contou com a ajuda de um amigo que fez em São Paulo ao longo desta jornada, o Rafael Bosco. Ele participou do campeonato em 2017 e também tinha o sonho de ganhar nesta categoria. A partir de então ele treinou a amiga e foi na sua cafeteria que focaram 100% por uma semana e meia antes do campeonato acontecer. Numa correria insana que envolvia o teste de diversas variáveis como escolher a melhor água e nível de diluição, temperatura e quantidade de café ideal, até chegar na receita que trouxesse um café bem complexo e muito doce.

O café escolhido é uma variedade geneticamente criada a partir de 25% de conillon e 75% de arábica, chamada de Araras. O que dificultou ainda mais a procura pelo resultado perfeito na bebida. 

“Era um café complexo que não achava tanta acidez. E a água influencia em 97% do café que resulta deste método. Quanto mais minerais equilibrados em sua composição ela possuir, melhor o sabor final na xícara. Escolhemos a do campeonato mesmo pois seria uma água muito bem filtrada e com isso a receita poderia ter um padrão melhor a se seguir. Mas até o último dia ainda estava modificando a receita.”

Juliana Félix

Apesar de todas as dificuldades no seu caminho, a Juliana nunca desistiu e hoje comemora com a gente a conquista deste troféu que vem abrindo portas pra ela. 

Segue então a receita:


E você? Quer testar nossos cafés neste método?

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