O conceito de “ondas do café” foi criado e difundido nos anos 2000 pela norte-americana Trish Rothgeb, da Wrecking Ball Coffee (cafeteria e torrefação em São Francisco,CA), que acredita que para você dizer que existe uma nova onda, é preciso haver uma mudança drástica de comportamento. Mas não quer dizer que uma onda vem para sobrepor a outra. Existe mercado para cada uma delas.

Mas afinal, o que são essas ondas do café?

Pesquisamos bastante e entrevistamos nossa amiga e parceira Paula Varejão, que inclusive conheceu e entrevistou a Trish Rothgeb em seu programa, para nos ajudar a contextualizar um pouco pra vocês!

“Acho que a quarta onda do café não existe ainda. Estamos em um processo de consolidação da terceira com a valorização dos cafés especiais. Quando buscamos suas origens e procedências, direct trade, torras exclusivas com perfis de torra para cada café, que aqui, é tratado como único, além de todas as questões que envolvem a terceira onda.”

Paula Varejão – Jornalista e Apresentadora

A primeira onda do café resumidamente está ligada ao universo dos cafés tradicionais como commodities e comercialização em larga escala. Os cafés sendo vendidos em supermercados, sem nenhuma noção de origem ou preocupação com qualidade do café.

“Na primeira onda podemos dizer que o café é tratado como um líquido preto que ajuda a deixar acordado.”

Paula Varejão – Jornalista e Apresentadora

Já a segunda onda do café, veio em contrapartida a esse mundo de cafés de baixa qualidade e trouxe um novo jeito de se consumir cafés pelo mundo. Aqui se fala em café espresso, latte, baristas interagindo mais com o cliente, grãos e torras de qualidade, grandes redes surgindo nos EUA e cafeterias especializadas na Europa e outras partes do planeta. Tomar um café fora de casa passa a ser um hábito e a maior característica desta segunda onda e o grande marco que trouxe aos consumidores essa noção de origem foi o surgimento da Starbucks

A terceira onda é a mais atual e aquela que firmou o mercado de cafés especiais. Pequenos cafés, microtorrefações, torras mais claras e específicas para cada microlote. Métodos de extração mais modernos e degusta-se o café, considerando seus aromas e sabores, além de surgir conceitos como terroir no dia-a-dia dos apreciadores da bebida. Mas acima de tudo, a conscientização na hora de se consumir café. Dando importância desde a lavoura até a xícara. Sustentabilidade, cafés orgânicos e melhorias nos processos produtivos ganham força e atenção de toda a cadeia. 

Quando falamos em quarta onda, fica mais difícil de se definir o que ela é ou será de fato. Algumas pessoas acreditam que será quando as pessoas passarem a torrar o próprio café em casa, ou o barista está tão próximo aqui do produtor, que incentiva e participa ativamente dos processos de produção desde o plantio até a colheita e pós-colheita do café. Encomendando os grãos que serão moldados a seu gosto desde a adubação até uma fermentação planejada por exemplo.

“O que seria uma quarta onda na minha opinião, quando as pessoas passarem a comprar café verde e torrar em casa ou algo ligado a tecnologia. Mas ainda está por vir, com mudança grande de comportamento e consumo mas que no momento ainda estamos na consolidação a terceira onda.”

Paula Varejão – Jornalista e Apresentadora

E você? Acha que a quarta onda está aí ou ainda falta muita água para entrarmos nesta onda?


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