Você sabia que a densidade do grão de café é um fator extremamente importante tanto para torrefadores quanto para compradores de café verde? Isto mesmo! Na maioria das vezes este fator é visto como um simples marcador da qualidade, mas vamos te mostrar que é bem mais que isso.

Para entendermos melhor esta métrica, precisamos avaliar o que torna os cafés mais ou menos densos e como eles são classificados e categorizados. Além de como a densidade afeta na hora da torra e no perfil da bebida em xícara.

Mas afinal, o que é densidade de um grão?

É o grau de compactação de uma substância e calculamos dividindo a massa de um grão pelo seu volume. Ou seja, a densidade do café é o peso do grão proporcional ao seu volume.

Normalmente os grãos mais densos podem ser identificados quando olhamos para eles, pois se a fissura que ele possui no meio estiver quase reta e pouco aberta, o grão provavelmente é menos denso. Já no caso da linha da fissura ser torta e fechada, o grão provavelmente é mais denso.

A densidade do grão de café é bastante utilizada para classificar o café verde em termos de qualidade, sendo os grãos mais duros e densos os mais apreciados pelos compradores pelo mundo todo. O que acaba melhorando o preço da saca.

A altitude é um dos principais fatores a afetar na densidade dos grãos de café, pois quanto mais elevada a região, melhor amadurecem os grãos e de forma mais lenta, o que resulta em maior densidade com níveis altos de açúcar. Resultando bebidas mais doces e complexas.

Além da altitude e da temperatura, outros fatores como a variedade do café e os nutrientes no solo contribuem diretamente na densidade do café.

Os grãos de Bourbon e Geisha por exemplo têm uma boa densidade conhecida.

A principal métrica para medir a densidade dos grãos é a sua dureza e ela é dividida em categorias que consideram a altitude de onde o café foi cultivado.

Exemplos destas terminologias ou classificações:

– Soft Bean (SB) e Strictly Soft Bean (SSB) – se referem a cafés cultivados em altitudes até 1.200 m. Com temperaturas menos estáveis e os níveis mais altos de oxigênio significam que o fruto do café se desenvolve mais rapidamente. O que gera grãos são menos densos e com tendência a sabores com menos doçura e acidez.

– Hard Bean (HB) ou High Grown (HG), que são cafés cultivados entre 1.200 e 1.370 m. Regiões mais altas e com atmosfera de baixo oxigênio fazem com que o fruto se desenvolva lentamente, resultando em grãos mais duros e densos com perfis de xícara mais complexos e desejáveis.

– Strictly Hard Bean (SHB) ou Strictly High Grown (SHG) – acima de 1.370 m, começa a ficar um pouco mais confuso, pois a “melhor” elevação vai depender, na verdade, da região e da origem em questão.

E na hora da torra? 

A densidade do grão de café é um parâmetro imprescindível para os torrefadores acompanharem. Se torrarmos grãos de tamanhos ou densidades diferentes, eles se desenvolverão de maneira diferente durante a torrefação. Para uma verdadeira consistência, é importante separá-los e torrá-los individualmente.

Mesmo quando os grãos estão bem uniformes, é importante lembrar que os grãos mais duros se comportam de maneira diferente dos mais macios durante a torrefação. Para adaptar seu perfil adequadamente, deve-se considerar dois fatores principais: temperatura de carga e fluxo de ar. Portanto, os grãos mais macios ou menos densos, por exemplo, contêm mais ar. Isso retarda a transferência de calor por todo o grão, o que significa que em uma temperatura de carga (ou inicial) mais alta, você corre o risco de “queimar” a parte externa do grão, sendo ideal geralmente começar com uma temperatura de carga mais baixa.

Ao mesmo tempo, para grãos mais duros ou mais densos, comece com uma temperatura mais alta para compensar a falta de ar e a estrutura mais compacta do grão. Assim, junto com a temperatura de carga e o fluxo de ar, a densidade também afeta o desenvolvimento dos açúcares durante a torrefação e os grãos mais densos requerem mais foco no tempo de desenvolvimento. Além disso, considerar o ambiente externo da torrefação, como a altitude e a temperatura local, porque afetará diretamente em como os cafés reagem na torra.

Outro ponto é que grãos mais densos costumam ter níveis de umidade mais elevados sendo ideal torrar em lotes menores.

Contudo, acompanhar a densidade do grão de café e entender como se comportam no torrador é crucial ao selecionar um perfil de torra, o que ajuda a extrair o melhor de cada grão.

Não podemos esquecer também do armazenamento adequado para preservar a qualidade do grão. Mantendo os níveis de umidade constantes, pois a temperatura externa e a umidade podem afetar muito na qualidade do café.

Por isso temos armazém climatizado que mantem todas as sacas devidamente armazenadas!

Ainda não faz parte do nosso clube de cafés especiais?

VEM PRO CLUBE!