por Eduardo Frota

Diz o ditado popular que a necessidade é a mãe de todas as invenções. O AeroPress, um dos métodos caseiros de extração de café mais populares da atualidade, é filho dela – e o engenheiro e inventor norte-americano Alan Adler é o pai. Incomodado com a dificuldade em preparar uma única dose da bebida usando as cafeteiras e máquinas que tinha em sua cozinha, Alan passou meses estudando todas as variáveis possíveis e imagináveis para conseguir reproduzir, no conforto do lar, algo parecido com o que costumava beber nas cafeterias de sua cidade.

Dois anos depois e trinta protótipos mais tarde, em novembro de 2005, ele chegou ao que calculava ser a xícara ideal. Estava patenteado o AeroPress. Os amigos mais chegados estranharam a nova invenção de Alan, que mais parecia uma seringa gigante que em nada lembrava os apetrechos que comumente são usados no preparo da bebida. O estranhamento era justificável: sua invenção consistia em usar cilindros de plástico para fazer café.

Hein?

 

É isso mesmo. A gente explica.

Num desses cilindros é colocado um pouco de café moído na hora, que fica sobre um filtro de papel. O pó é hidratado logo em seguida, permanecendo alguns minutos em infusão. Depois, um êmbolo de borracha é acoplado no bocal e pressionado com as mãos. O ar que permanece dentro do cilindro empurra o líquido para baixo e pronto: seu café já sai pronto para beber, diretamente na xícara ou na caneca.

A desconfiança inicial foi rapidamente superada quando os primeiros modelos começaram a ser apresentados em feiras e festivais gastronômicos. Em pouco tempo o AeroPress se tornou o método de extração preferido de muitos amantes do café. Além de conseguir uma bebida com corpo e sabor bastante acentuados, preservando os óleos responsáveis pelo sabor e aroma, a praticidade era um atrativo que chamava muita atenção. O AeroPress é portátil e muito fácil de ser manuseado, podendo ser usado em eventos ou levado em viagens sem ocupar espaço.

 

Yes, nós temos um campeão de AeroPress!

Portabilidade e praticidade foram as características que chamaram a atenção do atual campeão brasileiro de extração em AeroPress, o barista carioca Leonardo Gonçalves.

“Eu comecei a usar o AeroPress porque gosto de fazer o meu café quando estou viajando. O método é perfeito nessas ocasiões: tem marcações para acertar as proporções de água e pó, não faz peso na mala e é muito resistente, já que não é feito de vidro”

conta Leonardo, também conhecido como Soul Barista.

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Na edição 2017 Leonardo Gonçalves levou a melhor. Marília Balzani ficou em segundo lugar e Markin Gomes conquistou a aeropress de bronze.

Bastante acostumado a usar o equipamento, ele treinou por cerca de um mês uma receita especialmente para o campeonato. Mudou tudo dois dias antes da competição porque o café estava apresentando muitas variações. Deu certo! Sagrou-se campeão com uma “fórmula” que ele gentilmente compartilhou com seus seguidores – e torcedores – no Instagram, e que a gente reproduz logo abaixo.

“O bacana é que com o AeroPress você pode pirar! Dá para fazer experimentos com moagens diferentes e variando a temperatura da água, o tempo de infusão e até a maneira como você usa o aparelho, que pode ter a direção do cilindro invertida.”

explica Leonardo, lembrando que cada café requer uma receita específica.

A terceira edição do campeonato aconteceu na Fazenda Santa Rita, uma propriedade cafeicultora que fica na Serra do Caparaó, divisa entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A região é famosa por seus cafés deliciosos, muitos deles selecionados pela equipe do Have a Coffee para chegar até a sua casa, fresquinhos. Inclusive, o pacote de junho é de lá.

Que tal aproveitar o ensejo para aprender a receita do campeão e fazer o seu café no AeroPress?

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Eduardo Frota-perfil

Eduardo Frota é jornalista, barista e apaixonado por café

 

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