Quando começou a trabalhar na fazenda onde encontra-se a nossa torrefação e sede do Coletivo Café, Joziel Martins, mais conhecido como Ziel, não imaginava e iria se envolver com café e que seu caminho seria cheio de novos desafios.Há 7 anos ele começou nas estufas de flores e hoje é um dos nossos mestres de torra.

Em 2016, quando o Guilherme Loureiro veio do Rio de Janeiro com a missão de estruturar a torrefação e o contato direto com os produtores, foi que o Joziel começou a ser demandado para ajudar. E a oportunidade de ajudar nos eventos do Coletivo Café e visitar os produtores foi um divisor de águas na vida dele.


“Muito bom! Transformação total. Sair das estufas de flores e passar a ter contato com café especial foi desafiador, mas bem gratificante. E o maior desafio pra mim foi na produção dos pacotes de café. Pois cada café tem sua embalagem, tamanho, padrão de fechar etc. Eram tantos detalhes que eu achei bastante difícil no início.”

Joziel Martins

O processo de se envolver com a torra do café, começou naturalmente com a necessidade de ajudar com o aumento da demanda e seu truque foi:

“Eu gravei um áudio escondido do Guilherme me ensinando um perfil de torra e depois eu ouvia várias vezes até conseguir desenvolver sozinho e espontaneamente. E ele nem sabe disso até hoje! São várias etapas e temperaturas específicas desde, quando entrar com o café verde e vai fechando e abrindo fluxo de ar em determinadas temperaturas, até o café estar pronto naquele perfil desejado.”

Joziel Martins

Joziel acredita que com a prática diária e o esforço é possível aprender e conseguir um resultado de qualidade. Mas um bom curso que norteie e embase essas decisões, também é essencial para entender alguns padrões a serem seguidos e se ter uma visão global de acordo com cada café e perfil desejado.

“Até então, eu trabalhava com café especial mas não tinha essa visão do todo. De todos os processos. Hoje já sei a diferença de um café novo com sua umidade e especificidades que precisamos controlar bem e saber até onde ir e como este café se comporta. Consigo ver se o café está pedindo mais fogo, mais fluxo de ar, menos e a sensibilidade deste café.”

Joziel Martins

Com relação ao Coletivo Café, ele diz que é visível a profundidade do negócio quando nos preocupamos com o produtor de fato e focamos nas relações humanas. E concordamos ser mais satisfatório estar envolvido em um contexto onde se busca colocar o pequeno produtor em contato com as referências do mercado, trocando conhecimento com os que estão ainda começando.

Antônio Cesar, Joziel e Guilherme – Caparaó/MG

“Eu trabalho tranquilo sabendo que estou numa empresa que além de vender café se preocupa com o ambiente onde está inserido. Eu mesmo saí de um ambiente do campo, trabalho braçal, para um trabalho que me exige evoluir e me envolver com logística, design, tecnologia e processos. O mesmo ocorre com os pequenos produtores que quando participam dos nossos eventos e cursos, não sabem muito além da lavoura e saem daqui menos perdidos. Pelo menos sabendo que devem buscar conhecer sempre mais e quebram essa barreira de não querer se envolver com outras etapas da cadeia produtiva do café especial.”

Joziel Martins

A dica que ele dá para alguém que hoje queira montar uma torrefação de café especial é que, além de gostar muito, deve entender o que é um café especial. Depois, buscar um curso básico de torra e investir em equipamento de qualidade.

Joziel Martins

 Nossa dica é que esta é uma área que está crescendo muito rápido e já chegou em um nível onde o diferencial é o contato com a terra, saber de onde vem aquele grão. Então, busquem sair da zona de conforto de uma cafeteria ou torrefação e entender o universo da lavoura, desde a planta, pós-colheita,  armazenagem e tudo que envolve cada etapa até chegar na xícara.

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