Não se sabe ao certo quando e onde um iluminado ser humano teve a ideia de colher uma fruta docinha, secá-la ao sol, despolpá-la, torrar sua semente, moê-la e depois hidratar o pó com água quente. Fato é que o café conquistou adeptos rapidamente ao redor do mundo. Acabou se tornando uma referência de revigorante físico, chegando até mesmo a ser receitado por antigos médicos árabes como tônico fortificante.
Ao que tudo indica, o compositor Johann Sebastian Bach (1685-1750), famoso por suas sinfonias de cunho religioso, era um amante dos bons grãos feito todos nós. Nos idos de 1735, talvez sob efeito da cafeína, ele escreveu uma ópera cômica. “Café Cantata” é sobre uma jovem chamada Aria, completamente apaixonada por café. Seu pai, incomodado com a alegria e vivacidade da filha depois de umas xícaras, decide proibir que ela chegue perto da bebida. No entanto, ela protesta. Diz a letra:
Senhor Pai, não seja tão intransigente
Se você não me permitir, três vezes ao dia,
Beber uma xícara de café
Em minha angústia eu me transformarei
Em uma cabra assada
Aqui, Bach faz referência à lenda de que o efeito revitalizante do café foi descoberto por um pastor que observou o comportamento vivaz e saltitante de suas cabras após as mesmas terem comido uma frutinha bem doce que havia ali perto de sua propriedade.
Ah! Como é doce,
Mais delicioso que mil beijos,
Mais suave que vinho moscatel.
Café, eu tenho que tomar café!
E se alguém quiser mimar-me,
Que me traga café de presente!
Garota esperta, essa Aria. Notem que ela, inclusive, percebe a doçura natural do café. De acordo com registros históricos, a peça “Café Cantata” foi uma encomenda do proprietário de uma cafeteria em Leipzig, na Alemanha. Ficou em cartaz por quatro anos, garantindo casa cheia e alguns muitos pedidos da bebida no balcão.
Ficou curioso? Tem um vídeo aqui! Conhece alguém como Aria e quer dar um pacote do Have a Coffee de presente? Clique aqui!
Eduardo Frota é jornalista, barista e apaixonado por café