Mariana Lobato é formada em Biologia pela UFRJ, mas foi paixão pelo mundo do café especial que a levou a trabalhar como barista e instrutora no Coffee Lab, onde atua há 1 ano.

Carioca morando em São Paulo, ela conversou com a gente sobre a vontade de voltar a trabalhar perto da natureza e o quanto isso abrilhantaria sua atuação como barista e professora.

Ela nos contou da falta de profundidade, de maneira geral ao falar sobre o café. Disse que acha extremamente importante falar mais sobre a história por trás daquela xícara. Desde as dificuldades de plantio, as técnicas, até como famílias se unem em prol da qualidade.

“Acho que falta aos baristas e consumidores compreenderem melhor o universo por traz daquela xícara de café. Podemos ir além da torra, aromas e sabores. Temos que conhecer todas as etapas e as pessoas envolvidas. Só desta forma o café especial vai ser valorizado de verdade. Se não o melhor café será sempre o mais barato da gôndola. Temos que ter consciência de todas as dificuldades envolvidas e todo trabalho de dedicação e amor para que aquele café chegue até você.”

Marina Lobato

Com relação a como apresentação do café especial para as pessoas, concordamos com ela sobre a necessidade de uma mudança de comportamento e também cultural. Se faz importante um trabalho constante de levar conhecimento à todos que ainda não tiveram contato com um café de qualidade.

Ela acredita que café é café e todo mundo toma café. É algo que faz parte do nosso cotidiano com afetividade. O café que a avó preparava todos os dias fica na nossa memória. 

Mas quando tratamos de café especial, tudo muda. Desde o método de preparo até o resultado na xícara. Um café que normalmente é mais leve, doce, delicado e perfumado. Temos que ter esse tato e entender o que a pessoa leva em consideração para tomar um café e não rebaixar o que ela acredita ser o melhor. Criar empatia, se colocar no lugar do outro para não criar uma relação de atrito logo de início e sim tentar abrir a cabeça das pessoas para uma nova experiência. Mostrando como esse café especial é interessante também. Tornar esse produto um produto de afetividade mesmo que a pessoa já tenha sua própria referência.

Mariana acredita cada vez mais que as pessoas passarão a consumir o café especial. Elas vão entender que o produto que consomem hoje é de baixa qualidade e não faz bem pra elas. O café faz parte da alimentação. E a tendência é essa.

“É preciso repensar esse produto que é fundamental e está na manhã de todo mundo. E é a grande expectativa de quem trabalha com café especial  – as pessoas passarem a entender que o que elas consomem faz mal a saúde, valorizando seu bem estar e consequentemente os pequenos produtores.”

Mariana Lobato

Acima de tudo, ela credita que o contato com a lavoura transforma o dia a dia na cafeteria. Quem está ali servindo o café vai conseguir falar com mais propriedade daquilo e da sua importância. Pois não é só um café. E sim, tudo que envolve por trás daquela bebida. A pessoa que está servindo, sabendo de tudo que aconteceu antes de chegar ali, vai ter mais cuidado na hora do preparo.

“Quando entrei, não fazia muito ideia do que estava fazendo. Eu queria trabalhar no campo, mas decidi fazer o caminho inverso – da xícara à planta. Hoje sinto que falta algo. Entendo bem a xícara, mas sinto falta de entender mais sobre o que vem antes de chegar no café cru ou torrado, já beneficiado para se tornar o produto final.

Mariana Lobato

Mariana avalia que só será possível uma evolução profissional indo para o campo. Conseguindo lidar com a qualidade através da planta e não apenas da xícara.

E quando perguntamos qual era o seu maior sonho, não poderia ser outra coisa: Voltar pra terra e estudar a fundo o universo das plantas do café e como o trato com ela influencia num produto de qualidade.

Nós da Have a Coffee ficamos muito felizes em compartilhar das mesmas buscas e expectativas e reafirmamos nossa missão em levar café de qualidade aos nossos clientes e amigos, bem como as conquistas e história de cada família produtora.


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