Não é apenas nas salas de aula de Agronomia, Engenharia Ambiental ou Química que o café se transforma em objeto de estudo e inspiração para trabalhos científicos. Na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, uma doutoranda em Nutrição aproveitou sua paixão pela bebida para apresentar a futuros nutricionistas as propriedades e características do café especial.
Carolyne Rosado, que além de ser mestre em Alimentação, Nutrição e Saúde, também é barista, resolveu criar um workshop chamado “Café Especial – Da lavoura à xícara”. O objetivo é capacitar os profissionais da área a compreender as etapas do processo produtivo do café, desde a colheita até a forma de preparo, identificando de que forma elas influenciam a composição nutricional e reconhecendo os aspectos sensoriais e os benefícios à saúde.
Percebi que praticamente nenhum aluno de Nutrição sabia o que era um café especial e o que o diferenciava de um café industrial. Indivíduos que escolheram estudar e trabalhar com alimento, desconheciam completamente o café, um produto do qual o Brasil é o maior produtor mundial
– conta Carolyne.
Quando a prova é deliciosa
Durante o workshop, além de conhecer todo o processo, os alunos participam de sessões de degustação de diferentes variedades de café e aprendem sobre os diversos métodos de extração. No entanto, a parte nutricional ganha destaque com a apresentação de outros nutrientes além da famosa cafeína. É o caso dos ácidos clorogênicos e melanoidinas, por exemplo, que atuam como antioxidante.
Em um momento no qual uma grande parte dos nutricionistas se adapta a dicas de dietas mirabolantes feitas por blogueiros e youtubers, Carolyne entende que é de extrema importância desmistificar alguns modismos que cercam o café, como por exemplo o Bullet Proof, uma prática alimentar que mistura a cafeína ao óleo de coco. Muito adotada por esportistas, pode ter sérias consequências à saúde. Carolyne faz um alerta:
O óleo de coco é um alimento com elevado teor de ácidos graxos saturados. O Conselho Federal de Nutricionistas leva em consideração a influência desses ácidos sobre os fatores de risco das doenças cardiovasculares e sobre as concentrações plasmáticas de LDL (colesterol ruim) e triglicerídios.
Corre, que tem café!
O café não poderia deixar de estar no campo de atuação de Carolyne, pois é um excelente estimulante para os esportistas, seus clientes. Estudos já confirmaram que as cápsulas de café (não estamos falando daquelas que são preparadas em máquinas caseiras de espresso, e sim das que são deglutidas como drágeas), têm o mesmo efeito de uma xícara no organismo.
Ou seja, vale muito mais a pena fazer um bom café e beber!
– indica Carolyne.
Gosta de praticar exercício, mas quer aquela moleza para receber todo mês em casa um estimulante delicioso, equilibrado e com um aroma maravilhoso?
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Eduardo Frota é jornalista, barista e apaixonado por café